PRÊMIOS E
CRÍTICAS
- Foi
indicado
para dois Oscars em 2004: Melhor
Desenho Animado (perdeu para o
infantil,
literalmente, Procurando
Nemo) e Melhor Canção — Belleville
Rendez-vous (perdeu para a
canção de O Senhor dos
Anéis)
- A
trilha
sonora ganhou o prêmio máximo do
Los Angeles Film Critics
Association
- Foi
selecionado
para o Festival de Cannes (2003)
- Foi
selecionado
para Festival de Telluride
(2003)
- Foi
selecionado
para o Festival de Toronto
(2003)
As
Bicicletas
de Belleville
Les
triplettes
de Belleville
França/Belgica/Canadá/
Inglaterra,
2003 Animação - 78
min.Direção:
Sylvain Chomet Roteiro: Sylvain
Chomet Vozes: Betty
Bonifassi, Lina
Boudreault, Michèle Caucheteux,
Jean-Claude Donda, Mari-Lou
Gauthier,
Charles Linton, Michel Robin,
Monica
Há
um
humor em extinção. Trata-se
daquela comédia física
elegante, de gags paulatinas e
inventivas, de pouco ou nenhum
diálogo,
mas que esconde em suas
entrelinhas uma eloqüente visão
crítica
do mundo. É o humor de Monsieur
Hulot, a criação mais
célebre de um mestre do gênero, o
francês Jacques Tati
(1909-1982). Se esse tipo de riso
caiu em desuso, talvez seja pelo
fato
dos dias grosseiros atuais não
aceitarem mais aquela defesa
desengonçada
da ingenuidade, contra o
consumismo e a modernização
insípida
do cotidiano.
Por
outro
lado, se um longa de animação
quase mudo, como o francês
revivalista As Bicicletas de
Belleville (Les
triplettes de Belleville
, 2003), consegue cativar o mundo
e ser indicado ao Oscar da
categoria,
ainda há salvação para a
humanidade.
Trata-se
de
uma obra escorada na tradição de
Tati. Repare na trama:
depois de treinar com apito em
punho o seu neto ciclista para a
famosa
Tour De France, a velhinha Madame
Souza o vê seqüestrado durante
a corrida por mafiosos
ítalo-americanos; atravessa,
então,
o oceano acompanhada por seu
cachorro Bruno em um pedalinho,
chega a Belleville,
consegue o auxílio de idosas
trigêmeas cantoras de cabaré
e tenta libertar o ciclista
escravizado numa arena clandestina
de apostas.
Estreante
em
longas-metragens, o animador
Sylvain Chomet põe em prática
tudo o que aprendeu em quarenta
anos de vida e duas décadas de
devoção
aos quadrinhos e aos desenhos.
Assim, o visual já espanta, de
cara,
pela mistura impressionantemente
harmoniosa entre o tradicionalismo
artesanal
e os artifícios tridimensionais.
A
sua
temática nostálgica também se
evidencia logo na introdução:
um número de cabaré típico dos
anos 30 é desenhado
com os mesmos traços em
preto-e-branco dos clássicos da
época.
Fica igualmente latente a sátira
aos norte-americanos gordos e
comilões
— ideia que Chomet já desenvolvia
no seu curta anterior, La
Vieille dame et les pigeons
(1998) — e aos tipos consagrados
de Hollywood,
como os mafiosos e os seus
capangas motorizados. Sobra até
uma gozação
com a chuva de sapos de Magnólia
(de Paul Thomas Anderson,
1999).
E
a
animação não se limita a resgatar
o tema clássico
de Hulot, a aversão à selvageria
industrial. Chomet faz questão
de citar os trabalhos de Tati. No
quarto das trigêmeas — as triplettes
do título original — o pôster de As
Férias do Monsieur
Hulot (Les Vacances de M.
Hulot, 1953) está pendurado
na parede. Na cama, as irmãs se
esbaldam de rir assistindo a Escola
de
Carteiros (L'École des
facteurs, 1947), um dos
melhores
curtas do diretor. E a engenhoca
que mantém ciclistas pedalando
na arena de apostas foi
evidentemente inspirada nas
bicicletas adaptadas
que ensinam os carteiros a pilotar
no curta.
"Mas
se
sobram referências e curiosidades,
o que faz da animação
algo distinto?", você pode
perguntar. Pois em nenhum momento
as citações
suplantam aquilo que Chomet tem de
mais autoral: as situações
originais, as piadas inventivas, o
carinho pelos personagens, a
técnica
bem lapidada e a narrativa tensa.
Além disso, o animador toma tão
bem a apologia da simplicidade
para si que torna As
Bicicletas de Belleville
singular.
Pode
não
salvar o humor ingênuo, mas ao
menos alimentará
muito bem os seus fãs.
[Fonte]
Imprensa
internacional
Richly
imagined,
widly inventive and acclaimed as
one of the best films on the
year, "TRIPLETS" is terrific!
- Richard Corliss, TIME MAGAZINE
Extraordinary!
- Peter Travers, ROLLING STONE
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