SANTOS CATÓLICOS


São Roque - Natural de Montpellier, França, Roque (1295 - 1378) ficou órfão de pai e mãe ainda jovem e resolveu distribuir todos os seus bens aos pobres, partindo em seguida para Roma. No caminho, encontrou muitas pessoas necessitadas, aos quais passou a se dedicar, operando as primeiras curas milagrosas.

No entanto, na viagem de volta, foi contagiado pela peste e isolou-se na floresta para morrer; inexplicavelmente, ali nasceu uma mina de água cristalina, com a qual matava sua sede — mas teria morrido de fome se um cachorro não o tivesse encontrado e trazido diariamente um pedaço de pão. O dono do animal, curioso com a atitude dele, o seguiu certa vez, encontrou Roque e o levou para sua casa.

O rapaz curou-se e voltou para sua cidade natal, onde foi confundido com um espião e passou 5 anos numa prisão até morrer. Somente depois descobriram tratar-se do filho de um ex-governador, ao perceberem que em seu peito havia o sinal da cruz, feito por seu pai quando Roque ainda era uma criança.

Seu primeiro milagre após a morte foi seu carcereiro, que era manco de nascença e ficou totalmente curado ao tocar com o pé em Roque, para ver se o mesmo estava dormindo ou morto. Sua canonização foi rápida, pois durante o Concilho de Constance uma peste ameaçava a cidade e os representantes viram a praga desaparecer por completo após clamar pela ajuda de Roque.

Uma versão mais acurada é apresentada no livro The Pawprints of History ("Pegadas Caninas na História"), de Stanley Coren, professor de psicologia e autor do célebre livro A Inteligência dos Cães. Segundo pesquisa histórica, Roque (que nasceu com uma marca em formato de cruz em seu peito) realmente pertencia a uma família rica e, após a morte de seus pais, doou toda herança recebida aos pobres. No entanto, o cachorro da história era do próprio Roque e o acompanhava para todo o lugar. Quando Roque adoeceu ele estava perto de Placência e achou melhor não seguir para a cidade, procurando assim um lugar para se abrigar na floresta — uma pequena cabana que ficava à disposição dos viajantes que por acaso ali passassem. Água não era problema, pois Roque aproveitava a da chuva, armazenada em barris; em relação à comida, aí sim ele contou com a ajuda de seu fiel amigo canino: o cachorro saiu à procura de alimento e acabou no castelo de um aristocrata chamado Gothard, onde a mesa era sempre farta. Sem cerimônia, o animal se aproximou da mesa, pegou um pedaço de pão e saiu trotando pela porta, sem experiementar nem um bocadinho do alimento. O "roubo" se repetiu por alguns dias, até que o nobre, curioso, resolveu seguir o cãozinho e acabou encontrando Roque, já muito debilitado, mas vivo.

Padroeiro: deficientes físicos, cirurgiões, contra doenças de pele e protetor dos cães
Dia: 16 de agosto

Oração

São Roque, vos dedicastes de corpo e alma ao cuidado dos doentes, e Deus, para provar vossa fé e confiança, permitiu que contraísseis a doença.
Mas esse mesmo Deus, por meio de um cão, vos alimentou de modo milagroso e também milagrosamente vos curou.
Protegei-me contra as doenças infecciosas, livrai-me do contágio dos bacilos, defendei-me da poluição do ar, da água e dos alimentos.
Enquanto eu estiver saudável, vos prometo rezar pelos doentes e fazer o possível para aliviar suas dores e sofrimentos.
São Roque, abençoai os médicos, fortalecei os enfermeiros e atendentes dos hospitais, curai os doentes, defendei os que têm saúde contra o contágio e a poluição. 

Photo by Wolfgang
            Sauber
© Wolfgang Sauber

Igreja de São Wolfgang de Ratisbona (Wolfgang of Regensburg)
Rothenburg ob der Tauber, Alemanha


São Lázaro - O Lázaro que vemos nos "santinhos" é um homem pobre, cercado de cães. Ele é venerado por muitos, que lhe pedem ajuda contra as doenças de pele. Existe até um costume no norte do Brasil (Ceará, Piauí, Maranhão) chamado A Mesa de Lázaro — quando alguém alcança a graça pedida, deve pagar a promessa desta maneira: preparar um banquete e oferecê-lo à... cachorros. Toalha fina posta no chão e comida boa servida em pratos servem para homenagear São Lázaro através do agrado aos animais.

No entanto, parece que o Santo reconhecido pela Igreja Católica é outro, é o Lázaro que foi ressuscitado por Cristo. Segundo a Bíblia, Lázaro adoeceu gravemente e suas irmãs Marta e Maria enviaram um mensageiro ao lugar onde se encontrava Jesus com a seguinte mensagem: "Aquele a quem Você ama está doente". Jesus, porém, chegou tarde — Lázaro já estava morto. Ele então ordena: "Lázaro, vem para fora!" E Lázaro veio — depois de quatro dias morto, foi ressuscitado. (João, capítulo 11, versículos 1-44).

A confusão parece ter origem na passagem de Lucas, capítulo 16, versículos 19-21, onde Jesus conta uma parábola sobre um mendigo de nome Lázaro que se alimenta das migalhas caídas da mesa de um homem rico; cães se aproximam e lambem suas feridas. Os dois morrem; o mendigo vai para junto de Abraão, carregado por anjos; o rico, para o inferno. Este vê o mendigo e implora a Abraão que deixe que Lázaro lhe dê um pouco de água, mas Abraão diz que isto não é possível. O rico então pede que seus irmãos (vivos) sejam avisados sobre o inferno para assim mudarem seu comportamento, mas outra vez Abraão diz que não, eles têm lá Moisés e os profetas, se não ouvem a eles, não ouvirão nem que ressuscite algum dos mortos.

Padroeiro: contra as doenças de pele
Dia: 17 de dezembro


Santa
                MargaridaSanta Margarida de Cortona (1247-1297) - Margarida nasceu em Laviano, Itália. Aos 17 anos, por não se dar bem com sua madrasta, foge de casa para viver com um jovem de família abastada. Os dois tem um filho, mas nunca se casam. Certo dia o amante de Margarida não retorna para casa; no dia seguinte, a cadelinha dele aparece sozinha, dando mostras de que gostaria que Margarida a seguisse. A cachorrinha acaba levando-a até uma floresta, onde se encontra o corpo de seu dono, assassinado a punhaladas. Chocada com o acontecido e entristecida com a vida fútil que levava,  Maragarida volta, junto com o filho, para a casa de seu pai — mas lá não pode ficar porque a madrasta não os aceita. Ela então pede refúgio aos Frades de Cortona, da Igreja de São Francisco.

Após três anos, Margarida se junta à Ordem Franciscana Secular. A partir de 1277, torna-se uma voz ativa em Cortona, em favor Dom Orione e o cãzinhodos pobres da cidade, conseguindo a construção de um hospital; e para dar segurança às enfermeiras da instituição, funda uma Congregação (Poverelle). No fim de seus dias, Margarida muda-se para as ruínas da Igreja de São Basílio; lá ela está enterrada — após sua morte, a igreja foi reconstruída e rebatizada em sua homenagem. Maragarida foi canonizada em 1728 pelo Papa Benedito XIII; sua imagem geralmente é retratada junto com um cãozinho.

Santa Margarida e um cachorro tem uma história relacionada com Dom Luís Orione:

Em 1925, Dom Orione é chamado urgentemente a Cortona pela velha benfeitora Servetti. Tendo chegado de noite, se perde. Não querendo pedir informações naquela hora, para evitar eventuais juízos indelicados, virando-se em direção ao Santuário de Santa Margarida, a Penitente, protetora da cidade, e geralmente rafigurada com um cão, a invoca assim: — Oh, se tu quiseses mandar-me ajuda!... — improvisamente, aparece um cãozinho pardo, o qual o pega pela batina, o acompanha a casa da velhinha e depois, recebida a benção de Dom Orione e feitas três incinações, desaparece. (O Beato Dom Luis Orione, texto de P. Venturelli, ilustrações de Ida Marcora e E. Longo, 1980)

Padroeira: dos injustiçados, dos mendigos, dos sem-teto, dos insanos, dos órfãos, dos deficientes mentais, das parteiras, dos penitentes, das mães solteiras, das prostitutas arrependidas.
Dia:


São João Bosco - Dom Bosco (1815-1888), padre italiano, fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales, foi canonizado em 1934 pelo Papa Pio XI. Durante um período de sua vida (de 1854 até 1864), este sacerdote católico foi protegido por um grande cachorro de nome Grigio; o próprio Dom Bosco escreveu sobre este anjo da guarda canino. Contou ele que, durante uma noite, estava voltando para casa quando um enorme cão apareceu e começou a seguí-lo — e não demorou muito para que Grigio mostrasse a que veio.

Como o sacerdote contrariava algumas pessoas de sua comunidade com a mania em querer ajudar os mais necessitados — principalmente as crianças, futura mão-de-obra barata "estragada" pela oportunidade de receber alguma educação (foi Bosco quem desenvolveu a educação infantil e juvenil e o ensino profissional) — ele vivia em constante perigo de sofrer atentados contra sua vida. Pois quando Dom Bosco foi emboscado numa rua escura, foi Grigio que o salvou da morte certa, pondo para correr os bandidos safados. A partir daquela noite quase fatídica, o cachorro sempre aparecia do nada e acompanhava Dom Bosco como se fosse seu anjo da guarda.

A última vez que Grigio foi visto foi quando Dom Bosco viajou até Moncucco, para visitar um amigo. No meio da caminhada, a noite sobreveio e, sozinho, ele desejou que Grigio estivesse ali com ele; e logo Grigio apareceu para acompanhá-lo em segurança até seu destino. Dom Bosco e o amigo puseram a conversa em dia e, após o jantar, o sacerdote lembrou de levar para Grigio alguma coisa para ele comer — mas o cão havia desaperecido, para nunca mais voltar. Fonte: Info Lobo - Grigio-Dois Relatos

Padroeiro: Jovens e aprendizes; de Brasília (Dom Bosco teria tido um sonho onde viu a exata localização e descrição da futura capital do Brasil)
Dia: 31 de janeiro



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