Flush ou Fauno?
Elizabeth
Barrett
Browning
Veja este cão. Foi
apenas
ontem
Eu meditava esquecida de
sua
presença aqui
Até que um pensamento
sobre o outro fez cair uma lágrima sobre a outra,
Quando do travesseiro,
onde eu
repousava com as bochechas úmidas,
Uma cabeça tão
peluda quanto a de um Fauno abriu seu caminho
Direta e repentinamente
até
o meu rosto — dois grandes olhos
Dourado-claros
maravilharam os
meus —, uma orelha pendente
Bateu em cada uma de
minhas bochechas
para secar as lágrimas!
Primeiro, assustei-me,
como um
Arcadiano,
Assombrado pelo deus
caprino
no bosque ao crespúsculo;
Mas, à medida que a
presença
barbada chegava mais perto
Minhas lágrimas secas,
eu reconheci Flush, e levantei-me acima da
Surpresa e da tristeza —
agradecendo
ao verdadeiro [Pã],
Quem, por meio de
pequenas criaturas,
conduz às alturas do amor.
*Tradução: Ana Ban, Coleção L&PM Pocket vol. 351
Para Flush, Meu Cão
Elizabeth
Barrett
Browning
Obs.: para saber
mais sobre a poeta [Elizabeth
Browning], leia o livro [Flush].