O Túmulo
do Nosso Cão
(Haig,
um
Buldogue Inglês)
Robinson
Jeffers
Minha
vida
mudou um pouco; agora não posso
Correr
com
você na praia aos finais de tarde,
Exceto
em
um tipo de sonho; e você, se sonhar por um momento,
Lá
poderá me ver.
Então
deixe
por um tempo as marcas de patas na porta da frente
Onde
eu
costumava arranhar pedindo para entrar ou sair,
E
que você
logo abria; deixe no chão da cozinha
As
marcas
da minha vasilha de água.
Não
posso
deitar-me perto do seu calor como cosumava
Na
pedra
quente,
Nem
ao
pé de sua cama; não, durante toda a noite
Eu
me deito
sozinho.
Mas
seu
pensamento gentil deu-me menos que sete palmos
Diante
de
sua janela onde a luz do fogo tão freqüentemente brinca,
E
onde
você se senta para ler — e temo que sofre por mim —
Toda
noite
sua luz ilumina o meu lugar.
Vocês,
homem
e mulher, vivem tanto tempo, é difícil
Pensar
em
vocês morrendo um dia
Um
cachorrinho
ficaria cansado de viver por tanto tempo.
Espero
que
quando vocês estiverem deitados sob
A
terra
como eu, suas vidas pareçam
Tão
boas
e alegres quanto a minha.
Não,
queridos,
isto é esperar demais: vocês não são
tão bem cuidados
Quanto
eu
o fui.
E
nunca
conheceram a apaixonada e indivisível
Fidelidade
que
eu conheci.
Suas
mentes
são talvez muito ativas, muito ocupadas...
Mas
para
mim vocês eram verdadeiros.
Vocês
nunca
foram donos, mas amigos. Eu era amigo de vocês.
Eu
os amei
muito, e fui amado. Amor profundo permanece
Até
o
final e muito além dele. Se é o meu fim,
Não
estou
sozinho. Não estou com medo. Ainda sou de vocês.